quinta-feira, 14 de junho de 2012
Ouve...
Minha vida poderia ter sido escrita em vários atos, ser um daqueles dramalhões mexicanos, porém no meu a mocinha não fica com o herói no final. Ela fica só. Minha geração amarga a solidão.
Com a solidão da minha geração, amargo o silêncio, o que se ouve por entre as minhas paredes é o mais absoluto silêncio de um peito descompassado e caótico, que amarga palavras descompassadas e sem nexo.
(H)ouve uma vez o som. No som, (h)ouve a descoberta do som do silêncio.
Pensei em escrever outras palavras, mas como tudo aqui dentro está o caos e por aqui quem fala são os dedos, acabei dizendo outra. Meu corpo não obedece as mais primitivas ordens e sensações, meu corpo acompanha o caos do silêncio, abafando de todas as formas os meus gritos e esvaindo consigo a força de viver.
Se me perguntares se tenho vontade de viver, direi que antes desse sentimento, preciso gritar e matar esse silêncio que reina por aqui.
15 de junho de 2012.
(A)Ca(la)nto de um sonho
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Quando há o silêncio...
O silêncio, precioso e torturante.
Minhas palavras têm se emudecido, tenho gozado de um silêncio perturbador. No fim, eu me cobro, assim como muitos.
A minha espera sempre esbarra nessa esperança de retorno, meu possível retorno ao mundo das palavras, dos sentimentos em linhas. Numa evolução cíclica, eis que de certa forma consigo retornar e arrancar esse grito preso na garganta, esse suspiro aliviado de tracejar minha rota em rôtas palavras.
A vida continua corrida, pra variar estou acomodada no silêncio, pessimamente. Estranhamente eu prefiro me ausentar a mostrar que pelo menos minhas palavras proclamam algo, mas vejo que sou mais calada do que eu imaginava.
Sinceramente procuro me justificar sempre na correria, como se isso me impedisse ao menos de pensar nas palavras e no quanto há pra se escrever nesse mundo que é linguagem.
O que antes fora uma válvula de escape, um consolo, hoje se mostra uma prisão silenciosa. Escrever é um fardo, que uma vez feito, não se tem como deixar. Só os que se isolam em meio às palavras sabem o que é passar um inverno torturante e silencioso. Tento fugir. Porém sei que mais uma vez será frustrante, afinal acostumei-me com o silêncio. Acostumei-me com o engasgo, acostumei-me com a ausência de ar, com o grito abafado.
Meu caro leitor se espera que amanhã eu retorne com mais palavras, lamento decepcioná-lo, mas provavelmente preferirei novamente me isolar no silêncio a ponto de me faltar o ar.