sábado, 13 de setembro de 2014

Sobre as pequenas coisas

Quem me vê, crê que tudo vai indo, em um ritmo compassado, como um belíssimo passo de tango.
Quando me vejo sinto o nó. O nó que arde a minha garganta de um choro sofrido preso e de um grito abafado.
Sinto falta dos cigarros, das doses, do torpor que me aliviava.
Estou em constante inconstância, numa disritmada alegria. No lugar onde reside o não sei.
Tenho receio dos meus desejos. Confundo-os com a minha realidade, misturo os nomes, misturo os tons, os gostos, os cheiros.
De sonhos matizados saem os tons cinzas. Os tons sem cheiro, sem gosto, sem tato.
Tenho medo do que (não) vejo.
Tenho medos infantis, medo do azul do céu, medo do cheiro de chuva.
Medo desmedido.

09/09/2013

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